O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que a partir de setembro vai reduzir para metade o valor a aplicar na compra de obrigações públicas e privadas e indicou que o programa de aquisição destes títulos deverá terminar três meses depois, em dezembro deste ano.
Assim, o valor a aplicar em compras passará dos atuais 30 mil milhões de euros por mês para 15 mil milhões de euros. Em outubro do ano passado a entidade liderada por Mario Draghi já tinha reduzido de 60 mil milhões para 30 mil milhões o valor a aplicar mensalmente neste fim, uma alteração que começou a vigorar em janeiro deste ano.
Desde 2014 o BCE pôs em curso quatro linhas de compra de ativos, tendo o programa dirigido a obrigações soberanas sido lançado em janeiro de 2015. Este programa (que teve impacto na redução dos juros dos países abrangidos) chegou a aplicar 80 mil milhões de euros por mês em aquisições, tendo o valor vindo a ser gradualmente reduzido, até aos 15 mil milhões agora anunciados. Dados do BCE indicam que em maio os títulos detidos pelo banco ascendiam a 2,43 biliões de euros.
Além de abrandar o ritmo de compras e indicar uma data para o seu fim, a autoridade monetária manteve na reunião de hoje os juros de referência para empréstimos nos 0% (e nos -0,4% na facilidade permanente de depósito e nos 0,25% na facilidade permanente de cedência marginal de liquidez) e disse estimar que assim se mantenham pelo menos durante mais um ano.
“O Conselho de Governadores espera que as principais taxas de juro do BCE se mantenha nos atuais níveis pelo menos durante o verão de 2019 e em qualquer caso pelo tempo necessário para garantir que a evolução da inflação se mantém alinhada com as expetativas atuais de uma trajetória de ajustamento sustentado”, lê-se no comunicado libertado pelo banco depois do Conselho de Governadores do BCE realizado em Riga, na Letónia.
“As decisões de política monetária de hoje mantêm o atual grau acomodatício que garantirá a convergência sustentada para níveis de inflação próximos mas abaixo dos 2% no médio prazo,” conclui a nota.