As condições meteorológicas registadas recentemente, que resultaram em mais água nas barragens e mais vento, levaram a produção de energias renováveis a atingir em março 99% do consumo nacional.
Segundo dados da REN, divulgados em comunicado esta segunda-feira, 2 de abril, este valor (que corresponde a 83% do consumo mais o saldo exportador) é o mais elevado desde fevereiro de 2014 no País.
O índice de hidraulicidade (que indica se um período é seco ou húmido) atingiu um máximo de 2,22, pondo fim a 17 meses de “afluências inferiores aos valores médios” e estabelecendo o valor mais elevado de sempre para um mês de março desde 1971, data a partir da qual a REN tem registos. Já na produção eólica o índice de produtibilidade ficou em 1,54, o segundo maior em 17 anos e refletindo igualmente “condições pouco habituais”.
Em quase 60% do mês de março, acrescenta a REN no comunicado, a produção renovável superou o consumo, que neste mesmo período cresceu 9,7% em relação ao mês homólogo de 2017, variação justificada pela gestora de redes energéticas com “um acentuado desvio das temperaturas face aos valores normais para este mês”.
No primeiro trimestre do ano, 61% do consumo foi abastecido através de produção renovável, sendo a energia eólica a que mais se evidencia (31% do total), seguida dos 24% das barragens e 5% da biomassa. A produção fotovoltaica assegurou 1,1% do consumo. Entre as não renováveis, o gás natural foi a energia mais expressiva (22%), seguida dos 17% do carvão.