Portugal está na mira dos investidores estrangeiros e parece ter entrado definitivamente na rota das grandes empresas tecnológicas. Depois de a Google assumir a sua entrada no país, com a instalação de um hub tecnológico em Oeiras, é agora a vez de a Amazon negociar a sua presença direta em Portugal, instalando-se no Porto, notícia avançada pelo Jornal de Negócios, que adianta estar a Amazon a negociar instalações na zona nobre Boavista.
Apesar de a Câmara do Porto não prestar qualquer declaração sobre o assunto, a Visão confirmou que a vinda da empresa do homem mais rico do mundo, Jeffrey Bezos, para o Porto é certa e está já nos acertos finais.
A Amazon tem já um centro de serviços em Espanha, Madrid, que estava a servir de ligação às vendas em Portugal. Mas, tendo em vista apanhar também o mercado africano, já há cerca de um ano que andava a analisar a sua presença em Portugal e a estudar a melhor localização. Escolheu o Porto, uma vez que a cidade mostrou ter mão-de-obra qualificada e um ambiente tecnológico e de inovação que lhe terá agradado.
A Amazom é uma das gigantes tecnológicas norte americanas, com sede em Seattle, Washington, pioneira no comércio eletrónico pela internet. Nasceu em 1994, pela mão de Jeffrey Bezos, que começou com a venda de livros pela internet, mas, entretanto, alargou-se a toda uma serie de produtos. E o fundador, hoje com 54 anos, tornou-se um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em 110 mil milhões de dólares. Atualmente, é também o dono de um dos mais prestigiados jornais norte-americanos, o The Washington Post, e posicionou-se no negócio das viagens aeroespaciais.
Depois de ter estado na corrida à Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) – e apesar de não ter sido uma candidatura vencedora -, o Porto “ganhou notoriedade” e “reconhecimento internacional” junto de grandes empresas. Ricardo Valente, vereador da Câmara Municipal do Porto, com o pelouro da Economia reconheceu, na altura, ter havido “um efeito muito positivo de arrasto, de divulgação da cidade, e das suas capacidades”. A sua perceção é que as grandes empresas e tecnológicas começaram “a olhar para o Porto com outros olhos”, a partir do momento em que entrou “numa liga de cidades com capacidade para receber a EMA, com um caderno de encargos muitíssimo exigente”.