Nos últimos cinco anos, Portugal tornouse num dos principais investidores estrangeiros em Moçambique. No primeiro semestre de 2014, não obstante a crise político-militar do país, Portugal liderou o ranking dos 10 maiores investidores estrangeiros, com um investimento de 248,8 milhões de dólares, representando 40,1% do volume total aprovado pelo Centro de Promoção de Investimentos (CPI), na ordem de 618,9 milhões de dólares. Deixou para trás as Ilhas Maurícias, os Emirados Árabes Unidos, o Reino Unido, a África do Sul, a China. Em 2013, Portugal ocupou a terceira posição (171 milhões de dólares) na lista dos maiores investidores, só superado pela África do Sul e China.
Na balança comercial, de 2008 a 2012, as exportações de Portugal para Moçambique cresceram 33,1% (280 milhões de euros). E de 2012 a 2013 as exportações portuguesas registaram um crescimento de 10,3% (153 milhões de euros). De Moçambique, Portugal registou uma desaceleração de 5,4% em 2012 (16 milhões de euros). Em 2012, Moçambique ocupou a posição 22.ª como cliente de Portugal, o que, na perspetiva dos economistas, traduz uma melhoria considerável da sua posição.
Portugal exporta para Moçambique máquinas e aparelhos, metais comuns, material de transporte, produtos alimentares, papel, produtos químicos, plásticos e borracha, entre outros. E Moçambique exporta para Portugal produtos agrícolas, na sua maioria, matérias têxteis e produtos alimentares.
O agravamento da crise em Portugal implementou o apetite português pelo mercado moçambicano e aumentaram os emigrantes lusos no país, o que levou à introdução de medidas restritivas de concessão de vistos de entrada pelas autoridades.
Em agosto último, o vice-primeiro–ministro de Portugal, Paulo Portas, afirmou, em Maputo, que “Moçambique é cada vez mais um país decisivo nas relações económicas de Portugal”. Há 2700 empresas portuguesas ali. Agricultura, energia, turismo, imobiliário, construção civil e atividades financeiras são as áreas que têm recebido maiores investimentos das empresas portuguesas. Segue-se a exploração dos recursos naturais, tecnologias, telecomunicações e infraestruturas de transporte.
Este artigo
e parte integrante da edição de janeiro da revista EXAME