Com 10 hectares de terra e uma casa que herdou da família, começou a produzir cerejas há 10 anos. Hoje, o projeto estende-se a 100 hectares, adquiridos em redor da propriedade familiar. “O meu primeiro olhar foi para as cerejeiras; eram poucas, mas já as tínhamos, e deram o mote”, lembra José Tomaz Castello Branco, diretor da empresa Quinta da Porta, que detém a produção.
Há um ano arrancou com vendas porta a porta em Lisboa e depois apostou na divulgação online. Em 2013, quando começou a fazer a distribuição porta a porta, a média de vendas era de seis caixas de cerejas por dia. Hoje, são 200 a 300 caixas por dia. A produção para este ano está estimada em mais de 60 toneladas, em vez das 45 toneladas do ano passado. Para 2015 estima chegar às 100.
O investimento já ronda um milhão e meio de euros. Com a colheita das cerejas a acabar por esta altura do ano, segue-se a colheita de pêssegos, que deverá ser de 300 toneladas. Castello Branco explica a fórmula do sucesso: “A qualidade da fruta e o passa palavra dos clientes é que fazem crescer as vendas.” Até 2013, a comercialização era feita só em Lisboa, em parceria com o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL). Hoje “temos outros clientes, como a Santini e alguns chefs” e a firma “já vende em todo o país”, onde chega em 24 horas, sem cobrar taxa de entrega.
Além de agricultor, o empreendedor é professor no Instituto de Estudos Políticos (IEP-UCP). Não é fácil conciliar as duas profissões, mas conta que “é um privilégio fazer o que gosto”. É doutorado e mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e licenciado em Direito pela Universidade Lusíada.
Este artigo é parte integrante da edição 364 da Revista EXAME