Por que é importante monitorizar a Doença Inflamatória do Intestino

Por que é importante monitorizar a Doença Inflamatória do Intestino

Dores abdominais, alterações no trânsito intestinal, cansaço e perda de peso. A Doença Inflamatória do Intestino (DII), uma doença que atinge cerca de 24 mil portugueses e que compreende a colite ulcerosa e a doença de Crohn, afeta o dia-a-dia dos doentes e, em muitos casos, também a autoestima. “Tratando-se de doenças crónicas, incuráveis, com potencial para diversas complicações e com elevado risco cirúrgico, as DII podem ser causa de uma muito baixa qualidade de vida, em particular no início e nas formas mais graves ou em que é difícil atingir o controle”, explica o gastrenterologista Luís Correia, membro do GEDII (Grupo de Estudo da Doença Inflamatória do Intestino). “Torna-se, portanto, essencial vigiar e acompanhar a evolução clínica dos doentes, desde o momento em que se controla a inflamação (indução de remissão), passando pela vigilância da persistência desse controle (manutenção da remissão) até aos meios terapêuticos utilizados para o conseguir”, sublinha o médico do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Ao monitorizar a evolução da doença inflamatória do intestino, com um acompanhamento especializado regular, é possível controlar grande parte dos sintomas e dos riscos de agravamento dos mesmos. Para a gastrenterologista Raquel Gonçalves, “o primeiro e mais importante [aspeto neste âmbito] passa por uma relação estreita e fluida entre médico e doente”. “O doente deve conhecer a sua doença e os sinais de alarme que devem suscitar preocupação e levá-lo a procurar ajuda”, explica a médica que é também membro do GEDII. 

Entre os sintomas mais alarmantes que evidenciam descompensação estão dores abdominais, alterações no trânsito intestinal, emagrecimento, fadiga, presença de sangue nas fezes, além de queixas articulares, cutâneas ou oculares. “Na doença de Crohn, o aparecimento de orifícios de fístulas e abcessos junto ao ânus devem ser reconhecidos e tratados. Manifestações alérgicas e  infeções (que podem provocar febre, tosse, falta de ar, queixas urinárias) e outras consequências possíveis das medicações devem ser rapidamente reconhecidas e tratadas”, alerta Luís Correia, sublinhando também a relevância de os doentes conhecerem os tratamentos disponíveis.

“É essencial que sejam informados de que existem medicamentos (em geral, imunomoduladores e fármacos biológicos) capazes de controlar não só os sintomas, mas a inflamação em todas as suas vertentes, induzindo a chamada remissão profunda capaz de reduzir internamentos, cirurgias e complicações tardias, como as neoplasias ou consequências funcionais como a incontinência”, acrescenta o médico.

A importância das consultas e exames
Para avaliar a evolução da doença, é fundamental a realização regular de exames médicos, entre os quais se encontram os laboratoriais (análises), endoscópicos (colonoscopia, por exemplo), imagiológicos (ressonância magnética intestinal e, em situações de urgência, tomografia computorizada) e histológicos (biópsias). “As Doenças Inflamatórias do Intestinonão têm um marcador biológico único que permita o seu diagnóstico”, afirma Luís Correia, explicando assim a relevância de reunir um conjunto de critérios clínicos para avaliar o estado de saúde do doente.

Nos casos em que a doença está em remissão, explica o médico, “a inflamação e a resposta aos diferentes fármacos pode ser medida com recurso a meios mais simples”. “A análise da inflamação nas fezes e a medição da espessura da parede intestinal por ecografia são essenciais”, adianta o gastrenterologista.

Depois de uma fase inicial em que há maior intensidade de cuidados de saúde, o intervalo entre idas ao médico tende a ser alargado. “Na verdade, quando assintomáticos e sem inflamação ou complicações, a maioria dos doentes tem um modo de vida muito próximo do normal, sem negligenciar a vigilância e a monitorização da descompensação, dos efeitos dos medicamentos ou do aparecimento de complicações”, refere Luís Correia. Por norma, a maioria das pessoas com doença inflamatória do intestino precisa de ir a duas consultas por ano. Deve, no entanto, ter acesso facilitado ao médico, sempre que precisar.

População está mais informada sobre a DII

Para a gastrenterologista Raquel Gonçalves, “a população em geral está cada vez mais informada sobre a Doença Inflamatória do Intestino (DII)”. “A existência de sociedades científicas dedicadas exclusivamente à DII, onde destaco o GEDII, tem um papel muito relevante na investigação e divulgação não só dentro da comunidade médica, mas também no envolvimento de outros profissionais de saúde”, afirma a médica, frisando também o papel na divulgação da patologia das associações de doentes e a existência de publicações, sites, fóruns de discussão sobre o tema.

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