Saiba aqui tudo sobre as Conferências do Estoril
Esta 10ª edição das Conferências do Estoril abriu as portas no dia seguinte a umas eleições europeias e isso não poderia seria esquecido no discurso do Presidente da República. Apesar da grande abstenção nacional, Marcelo Rebelo de Sousa teceu os maiores elogios ao projeto europeu. Afinal, sublinhou é aquele que deixa entrar até os que não são seus entusiastas – e isso é democracia. “Não haverá um mundo melhor nem mais forte sem a Europa,”, defendeu.
A lembrar que o lema do encontro, que decorre até esta quarta-feira, 29, na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos, é “Empoderar a humanidade, mudar o mundo” (debaixo desses quatro tópicos-chave que são os direitos e deveres humanos, justiça climática, pobreza global e desigualdade, tecnologia e desenvolvimento) Marcelo insistiu ainda que esse desafio é feito a partir de uma justiça a nível local: “É por isso que a luta pelos direitos humanos e pela democracia tem avançar dentro dos nossos países. É uma luta que exige mudança, coragem, criatividade, e uma nova forma de pensar e de viver. E nós, os que não somos jovens, temos de compreender isso”, assinalou ainda, numa piscadela de olho aos mais novos, que, por via das greves contra as alterações climáticas, se têm empenhado na defesa de um outro futuro.
Seguiu-se um outro elogio, à escala local. “Abrir-se ao mundo foi o que esta escola fez.” Como quem diz, é aceitar as diferenças, e que isso faz também a riqueza da democracia. “Esta conferência coincide bem com este tempo que vivemos na Europa – e com os desafios que enfrentamos”. Será por isso, defendeu ainda Marcelo, que “a justiça local só triunfará se formos humildes, se não tivermos medo de começar de novo” e que esse é “o maior desafio de todos”.
Portugal, fez ainda questão de assinalar o Presidente, não só não tem faltado à chamada como tem dado os seus exemplos ao mundo. “Não é por acaso que António Guterres é secretário geral das Nações Unidas. Não é por acaso que António Vitorino está à frente dos destinos da Organização Internacional das Migrações. Não é por acaso que Portugal é como é”. Afinal, sublinhou, estivemos por todo o mundo, “às vezes certos, outras vezes errados”. Mas, acrescentou, “assumimos esses erros e recomeçámos, sempre que foi preciso”. Daí ter defendido, em jeito de remate, que perante aquelas provas de abertura ao mundo, todos que ali estavam a pensar o futuro já eram vencedores. “Porque o presente tem de ser mais forte do que o passado.”