A obesidade é uma doença crónica. Ponto. Não é falta de força de vontade. Não é uma falha de caráter. Não é hedonismo ou desleixo. É uma doença grave. Uma doença da qual sofrem cada vez mais pessoas e que constitui um risco aumentado de desenvolvimento de outras patologias, estando associada a mais de 200 comorbilidades e diversos tipos de cancro. A Organização Mundial de Saúde chama-lhe a epidemia do século XXI. E no entanto, tal como no caso das doenças mentais, existe um estigma em torno da obesidade. Só tem excesso de peso quem quer, quem não está disposto a mudar: uma ideia perniciosa que faz com que as pessoas tenham vergonha de procurar ajuda médica – apenas duas em cada dez pessoas o faz.
É difícil dar o primeiro passo para o tratamento da obesidade. A recém-lançada campanha Mude o ritmo da sua vida tem como objetivo ajudar os portugueses a fazerem isso mesmo. Uma iniciativa da Novo Nordisk em parceria com a Associação Portuguesa de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO), a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), que conta com a participação especial de Ana Bacalhau. A canção “Eu Vou”, um tema inédito composto e interpretado pela artista, é um hino ao movimento que inspira as pessoas a procurarem a sua força interior para atingirem os seus objetivos. Ana Bacalhau explica que a canção “pretende enfatizar a importância de darmos o primeiro passo e de procurarmos ajuda de uma forma positiva e leve, mas, ao mesmo tempo, empoderadora”.
Estimativas recentes1 mostram que 67,6% dos portugueses tem excesso de peso ou obesidade. E, de acordo com o estudo Retrato da Saúde2 , da Direcção Geral de Saúde, a prevalência da obesidade na população é de 28,7%, o que equivale a mais de dois milhões de portugueses. José Silva Nunes, presidente da SPEO, explica que “o aumento da prevalência da obesidade representa um enorme desafio que torna urgente agir para travar uma doença cujo impacto vai muito para além da esfera individual, afectando famílias, os sistemas de saúde, a economia e o progresso social do nosso país. Esta campanha ajuda-nos a fazer esse caminho e a chegar mais próximo dos doentes”. Já o presidente da ADEXO, Carlos Oliveira, frisa que “encontrar um profissional de saúde especializado é o primeiro e crucial passo na jornada de combate a esta doença”.
Se dois milhões de portugueses são obesos, é muito provável que nós próprios ou alguém próximo de nós viva com esta doença. E no entanto, já todos ouvimos coisas como “se queres perder peso só tens de fechar a boca” ou “come menos e mexe-te mais”. Frases pouco empáticas e que nem sequer correspondem à realidade. Genética, biologia, psicologia, níveis de stress, hormonas, quantidade e qualidade do sono, medicamentos, meio ambiente e estrato social podem desempenhar um papel no desenvolvimento da obesidade.
Em A Verdade Sobre o Peso poderá não só saber mais sobre esta campanha, como ter acesso a sugestões, ferramentas e informações fidedignas sobre o excesso de peso, a obesidade e possíveis tratamentos. Por exemplo, o senso comum diz que se comermos menos e nos exercitarmos mais não teremos excesso de peso. Embora esse mecanismo de entrada e saída de energia seja verdadeiro, é uma forma redutora de ver a questão. Assim como muitas outras doenças crónicas, a obesidade desenvolve-se ao longo de um determinado período de tempo. Há várias razões para ser assim, algumas das quais vão para além da nossa consciência ou controlo. O sistema hormonal3, em particular, tem um papel preponderante na nossa capacidade em mantermos um peso ideal. Após uma perda de peso, os níveis das hormonas da saciedade diminuem e os níveis das hormonas da fome aumentam. Estas alterações levam a um aumento persistente da fome, diminuição da sensação de saciedade e menor gasto de calorias. Ou seja, o nosso corpo está, activamente, a lutar contra o nosso esforço de perda de peso. Estas alterações hormonais podem durar até três anos e são parte do motivo pelo qual oito em cada dez pessoas acabam a recuperar peso perdido.
É por todas estas razões que estão para além do senso comum que é importante podermos contar com o apoio de um médico no combate à obesidade. Para faciltar essa conversa, em www.averdadesobreopeso.com encontrará uma lista de perguntas para fazer ao seu médico, garantindo que vai preparado para a consulta e com o apoio de que precisa para que este seja o seu momento de viragem. O momento que muda o ritmo da sua vida.