Rui Couceiro

Editor
Nasceu no Porto, em 1984. É licenciado em Comunicação Social, mestre em Ciências da Comunicação e tem uma pós-graduação em Estudos Culturais. Antes de ingressar no meio editorial, como assessor de comunicação da Porto Editora, em 2006, trabalhou durante oito anos em rádio, passou pela imprensa e pela televisão. Recentemente, partilhou com a escritora Filipa Martins a autoria e apresentação do programa "A Biblioteca de", na Renascença. É editor da Bertrand, tendo a seu cargo a chancela Contraponto. Enquanto autor, publicou em 2022 o romance “Baiôa sem Data Para Morrer”.
Opinião

O bom exemplo da Biblioteca da Madeira

Em 2023, a Biblioteca da Madeira bateu o recorde de empréstimo de livros, com um total de 42.219 empréstimos. Este número ganha expressão se eu partilhar também os números de livros emprestados em 2015: 17.865. Veja-se a evolução

EXAME 30 anos: Pedro Abrunhosa
Opinião

Neste dia, há trinta anos, surgiu o oposto da indiferença

Curiosamente, dois meses depois de o primeiro disco de Abrunhosa ser lançado, José Saramago condenava, num artigo escrito num jornal espanhol, a indiferença cívica que afetava aqueles tempos; Pedro Abrunhosa nunca a praticou, como já vimos, mas também nunca exerceu a indiferença musical. E ainda bem. “Viagens” é disso o melhor exemplo

Opinião

Urbano

De Urbano Tavares Rodrigues, Eduardo Lourenço disse escrever à flor do tempo, isto é, sobre o presente. Talvez por isso a sua obra não se enquadre absolutamente dentro de nenhuma categoria ou escola: Urbano experimentou todas

Jornal de Letras
Jornal de letras

Miguel Esteves Cardoso: A coragem de se ser quem se é

Homenageado no Festival Escritaria, em Penafiel, e no Festival Utopia, em Braga, nos passados meses de outubro e novembro, o cronista, um dos mais destacados e influentes das últimas décadas, é revisitado pelo seu atual editor

Opinião

Na Prisão de Vale de Judeus, os livros libertam

O estabelecimento prisional de alta segurança de Vale de Judeus recebe sobretudo condenados a penas de longa duração – há quem lhe chame prisão fim de linha – e é com vários deles que tenho encontro marcado. Carrego uma caixa com trinta livros, todos de autores portugueses, para oferecer à biblioteca prisional. Há uns bons anos, levei alguns escritores à prisão de Caxias. Eram sessões que os reclusos adoravam.

Sociedade

Aziz, o livreiro de Rabat: Encontro com o livreiro que se tornou um fenómeno

Lê durante o dia inteiro, sentado no chão da minúscula livraria de que é proprietário, há mais de 45 anos, na medina de Rabat, capital de Marrocos. Só interrompe a leitura para comer, rezar, fumar e atender clientes. Aziz começou a vender livros há 60 anos, para se vingar do facto de não ter podido continuar a estudar, por falta de dinheiro para comprar os manuais escolares. Encontrou na leitura o caminho para a própria salvação

Cultura

A vida longa da baronesa italiana amiga dos escritores

Aos 96 anos, Beatrice Monti della Corte dirige uma das mais prestigiadas residências literárias do mundo, na Toscana. O escritor Rui Couceiro passou lá três semanas e conta como foi

Opinião

Tenhamos vergonha e hombridade

Porque a esmagadora maioria dos casos de violência doméstica tem homens como agressores, é fundamental que cada um de nós, homens, queira ter a coragem, a valentia e a hombridade de não aceitar ser um desses homens do passado, de um passado que nos envergonha

Opinião

Saramago: a viagem não acaba nunca

Esta não é a primeira vez que escrevo sobre o escritor e também não será, espero, a última. A obra que deixou foi e é para mim sinónimo de espanto, esse componente literário que é transformador da leitura. O espanto perante o génio que, quando encontrado nas páginas de um livro, cria ou alimenta o fascínio pela literatura

Opinião

É sempre de bonança, o Dia Mundial do Livro

Barcelona, já de si uma cidade livresca, neste dia é-o ainda mais; com orgulho e exuberância, afirma-se cidade dos livros que seduzem, daqueles que se podem tocar, que se oferecem aos outros e a nós próprios

Opinião

A verdadeira máquina de fazer espanhóis

Em dez anos, há mais 6% de leitores semanais no país vizinho; em Espanha, foi possível criar leitores. Por cá, o preocupante é que, em 2007, 45% dos portugueses não lia livros e, hoje, correspondem a 61% os que não leem; em Portugal, perderam-se leitores

Opinião

Herdeiros ou zombies dos escritores?

Quando José Cardoso Pires morreu, as herdeiras perceberam que o espólio tinha mais do que valor afetivo para as pessoas que com ele conviviam e que poderia interessar a mais gente. Mas que destino lhe dar?

Opinião

A intrepidez de quem obriga a perder o pé

Um escritor que se põe à prova a cada livro, fazendo de forma diversa do que sempre fizera, que explora as possibilidades da literatura, criando livros diferentes de todos os que já se escreveram, e que desafia os leitores, propondo-lhes novas sensações, só pode merecer a minha admiração

Opinião

Nós por cá sabemos fazer. Mas façamos

Se fomos nós a criar a língua, passe a simplificação, também deveríamos ser os seus principais curadores – no sentido original, do latim «curāre», que significa tratar, cuidar de, responsabilizar-se por – e por isso capazes de erguer uma grande casa que a dignificasse e onde fosse possível apreciá-la, entendê-la melhor e bendizê-la na justa medida

Opinião

Da adição aos ecrãs às aulas de poesia

Os futuros médicos vão poder escolher uma nova cadeira: "Introdução à Poesia", lecionada pelo poeta e também médico João Luís Barreto Guimarães

Opinião

Leitor, uma espécie em vias de extinção

Nos países ocidentais, porque as crianças de 2 anos passam em média 3 horas em frente a ecrãs, as que têm idades entre os 8 e os 12 anos perto de 5 horas e os jovens entre os 13 e os 18 quase 7 horas por dia, as gerações que estamos a educar – constituídas pelos chamados «nativos digitais» – vão ser as primeiras nas décadas recentes a ter valores de QI inferiores ao dos pais

Opinião

Resgatar leitores perdidos

Muitos dos portugueses que hoje não leem já foram leitores, pelo que o grande desafio que enfrentamos, bem maior do que tentar mostrar aos que nunca leram que há livros ótimos para eles, é o de resgatar leitores perdidos

Os Dias Que Ficam

Cidade a Banhos: as Histórias do Rio

A cidade inteira acorria àquelas águas mansas, para nelas se expurgar da tensão, do bulício e de outras pragas que lhe são próprias. Não seria exatamente a cidade inteira, mas por ali se via toda a sorte de gente, não se pense que aquele era um hábito da indigência

Opinião

Investir nos livros e na leitura

Ver livros, lidar com livros, percepcionar valor nos livros – raros e felizes aqueles que se fazem leitores sem o incentivo calado que constitui crescer com livros em casa ou a ver os pais a lerem – produz resultados. Porque um país que não lê não pode aspirar a muita coisa

Os Dias Que Ficam

Tadeu, o Rapaz Foguete

Jurava que haveria de levá-la à lua, mesmo sem saber o que tal promessa poderia significar fora do seu universo povoado por Gagarins, Shepards, Armstrongs e outros cosmonautas e astronautas, a maioria deles obscuros para o comum cidadão, mas não para ele, Tadeu, o rapaz-foguete de Nagozelo do Douro

Saramago: Nobel "doido por mulheres" em nova biografia
Opinião

Lembrar Saramago e os Deveres Humanos

Naquele dia 10 de dezembro de 1998, assinalavam-se também exatos cinquenta anos sobre a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e muito se comemorava a efeméride, mas José Saramago fez questão de sabiamente lembrar que "a atenção se cansa quando as circunstâncias lhe pedem que se ocupe de assuntos sérios"