O Japão aqui ao lado
O que parece certo é a impossibilidade de continuarmos a ver a evolução dos acontecimentos globais com a mesma lente passiva, com a mesma doutrina impávida, com os mesmos instrumentos obsoletos. E isto é válido também para Portugal
O trimestre decisivo
Não passarão
A social-democracia e a globalização
A fase que atravessamos talvez possa estar a convergir na necessidade de regionalizar a globalização, redesenhando cadeias de valor industrial mais previsíveis, redes logísticas mais estáveis, controláveis, baratas e sustentáveis, mais capacidade produtiva autónoma, maior variedade de mercados importadores de energia menos poluente, matérias-primas críticas e bens alimentares de primeira necessidade
Eleições, reuniões, canhões
Este seria um bom roteiro para 2023. O problema é que a racionalidade de Putin é altamente discutível e a brutalidade pode ser, novamente, a escapatória
O ano zero da nova Europa
A guerra na Ucrânia, epicentro do futuro da Europa e transformadora de dinâmicas globais, colocou 2022 no lote restrito de outros anos invulgares – na História
Mais livros, menos redes sociais
As sugestões de leitura de Bernardo Pires de Lima
Em defesa do interesse nacional
Podemos sempre optar por fazer análise à espuma dos dias, quando avaliamos um protagonista político. Dar um tom apocalíptico a um legítimo estado de alma. Preferir olhar para a forma e desleixar o conteúdo. Será uma análise certamente cheia de partilhas, mas coxa a um dos ângulos mais desvalorizados, embora de enorme relevância, da nossa política externa: a diplomacia do Presidente da República
A adesão da Ucrânia
A integração futura da Ucrânia na União Europeia merece, pela transformação que opera, um acompanhamento crítico atempado, receita que devíamos ter cuidado nos anos prévios ao grande alargamento a Leste de 2004, que transformou a Europa e a posição relativa de países como Portugal
Otimismo da vontade
Não só as mais importantes peças do xadrez se estão a mover, com vigor e acerto, como também os tabuleiros que as procuram organizar parecem ter mais instrumentos do que pensamos
As sete vidas do trumpismo
Trump teve em 2020 mais doze milhões de votos do que em 2016, sobreviveu a dois impeachments e, até ver, à investigação sobre a incitação a um golpe de Estado. Alguém que continua a movimentar-se na política norte-americana como vimos nesta campanha, está longe de estar morto politicamente
A liberdade está a passar por aqui
O grito que se ouvia aquando da queda do Xá – “morte ao ditador” – regressou novamente às ruas do Irão. A ânsia por direitos civis parece ter promovido o divórcio com o regime. A dúvida é se ele será ou não irreversível
Sinais de fogo
Talvez o maior sinal da degenerescência que atinge uma democracia esteja na sua tolerância à incitação à violência, expressa por um responsável político. Trump já tinha avisado ao que vinha na campanha de 2016, quando encorajou à prisão de Hillary Clinton em comícios exuberantes
Os riscos para a democracia
Sunak foi cooptado pela mesma maioria com a qual reconheceu ter atingido o seu limite enquanto governante. Quer isto dizer que foi ilegítimo ou ilegal o que fez? Não. Mas quer dizer que a ambição pessoal derrotou, implacavelmente, a relação estrutural que deve existir entre quem elege e quem respeita o resultado dessa escolha
Para lá da espuma dos dias
Desde 1990 que a economia chinesa não crescia abaixo da média asiática. Três décadas a crescer a 9% ao ano, para atingir 2,8% neste ano, não é um sinal particularmente positivo para quem tem assentado a linha política num modelo económico baseado em exportações e alto consumo energético
Escolhas civilizacionais
A resposta mais importante que o Kremlin deu foi a nomeação do general Sergey Surovikin para comandante de todas as tropas na Ucrânia, ele que até aqui tinha apenas o comando da frente sul. A confiança neste homem não poderia ter outro efeito senão dar-lhe carta branca para fazer o que sabe melhor: destruir tudo o que lhe aparece, sem dó nem piedade
O laboratório italiano
Se, como alguém disse em tempos, a guerra é a forma de os americanos aprenderem geografia, os europeus estão a conhecer melhor o continente onde moram através do dramatismo eleitoral
O discurso de Putin
A ficção não sobreviveu à realidade e Putin, engolido pela arrogância dos ditadores, regressou às televisões mundiais numa posição de fraqueza
As ilusões dos homens-fortes
Putin não só falhou os seus objetivos estratégicos, como parece ter defraudado as expectativas dos seus colegas do clube dos homens-fortes
A quarta fase da guerra
Os ataques na Crimeia disseram a Moscovo aquilo que Zelensky reforçou ao país: só daremos por terminada esta guerra quando reconquistarmos tudo aquilo que nos pertence, revertendo o ciclo de ocupação iniciado na Crimeia, em 2014
O eixo, afinal, move-se
Para a UE garantir um poder geopolítico ambicioso e influenciador das dinâmicas da globalização, num contexto de agressividade da Rússia e da China e de imprevisibilidade dos EUA, precisa de garantir poder militar permanente, estruturado e autónomo, em coordenação com a NATO