O aviso é muito sério: “O Macron não percebe. Se ele quer que isto rebente, isto vai mesmo rebentar!”. Os franceses vão hoje realizar a sua 10ª jornada consecutiva de protestos contra a reforma das pensões e é natural que se multipliquem as manifestações violentas um pouco por todo o lado. A maioria dos cidadãos não aceita que o Presidente e o Governo da República queiram aumentar a idade da aposentação dos 62 para os 64 anos e tenham aprovado, no início da semana, unilateralmente e por decreto, um pacote legislativo sem o submeter ao voto do Parlamento, graças a um expediente legal permitido pelo artigo 49.3 da Constituição. Como se não bastasse, o chefe de Estado, no seu habitual estilo “jupiteriano”, deu na quarta-feira uma entrevista televisiva, no jardim de inverno do Palácio do Eliseu, que só veio acirrar os ânimos: “Não vivo de arrependimentos, vivo da determinação, da tenacidade, do compromisso, porque amo o nosso país e os nossos compatriotas”. Os sindicatos e a oposição em geral acusam Macron de viver em negação e de recorrer à mentira e à prepotência, dado que estas mudanças nas reformas deveriam ser escalonadas até 2035 e jamais entrar em vigor no último trimeste de 2023. E, claro, não lhe perdoam ter comparado os protestos “selvagens” de alguns “facciosos” franceses com os apoiantes de Trump que invadiram o Capitólio, em Washington D.C., e os seguidores de Bolsonaro que vandalizaram o Congresso, em Brasília.
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