“Perdi os professores mas ganhei os pais e a população.” Quando faltam três dias para terminarem as greves distritais de professores [esta segunda-feira, em Vila Real, amanhã, em Viseu e, depois de amanhã, no Porto], com uma paralisação geral agendada para dia 8 e uma manifestação de todos os sindicatos esperada em Lisboa, no próximo sábado, parece estar ainda longe o cenário de João Costa, ministro da Educação, poder vir a clamar algo semelhante àquilo que a antiga titular da pasta dos tempos de Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues, disse com tanto orgulho, no verão de grande tensão de 2006.
Tendo sucedido no cargo a Tiago Brandão Rodrigues, após mais de seis anos como um secretário de Estado que caiu nas graças dos docentes, João Costa depara-se com quatro greves muito distintas desde dezembro. Mas, apesar das suas reações mais epidérmicas aos protestos logo nessa altura, ainda não recorreu à estratégia de encostar os professores às cordas – até porque é de má memória para os socialistas esse tipo de tática, que ainda hoje é associada à perda da maioria absoluta, em 2009. E os professores também não o diabolizaram até agora; antes pelo contrário, apontam baterias ao ministro das Finanças, por não abrir os cordões à bolsa para responder às suas reivindicações – algo que Fernando Medina não teve pruridos em confirmar.