Não é que o mundo fosse, nos tempos pré-Covid ou pré-guerra, um sítio muito previsível, mas, agora, essa capacidade de nos apanhar desprevenidos tornou-se mais evidente para todos. Ou talvez, simplesmente, não tenhamos prestado atenção e dado a devida importância aos sinais, passando os olhos só por alto pelo que, nestes estágios iniciais de grandes acontecimentos, eram apenas notícias breves e notas de rodapé.
Isto para dizer que, bem a oriente, está a formar-se uma tempestade que, provavelmente, vai destacar-se, mesmo numa altura em que as atenções estão viradas para o que se passa entre quatro linhas no Qatar. Na China, o fim de semana ficou marcado por uma onda de protestos sem precedentes contra a política “zero-Covid”, com milhares nas ruas a pedirem a demissão de Xi Jinping e o fim da governação do Partido Comunista Chinês.