A maior central nuclear da Europa continua a ser um adereço fundamental na novela bélica que se trava no continente. Ao nono dia da invasão da Ucrânia, a 4 de março, as tropas russas apoderaram-se de Zaporijia e, desde então, os combates e os bombardeamentos entre as forças leais a Moscovo e a Kiev sucedem-se nas imediações dos seis reatores.
António Guterres, o secretário geral da ONU, apelou à desmilitarização do complexo e conseguiu convencer as partes a permitirem uma inspeção independente às instalações. Neste momento, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o argentino Rafael Mariano Grossi, está a caminho do local, numa “missão técnica” em que se faz acompanhar de uma dúzia de outros “especialistas neutrais” – isto é, sem americanos, britânicos e cidadãos de países alinhados com o regime liderado por Volodymyr Zelensky, de modo a garantir a colaboração do Kremlin.