Sabemos que vivemos tempos acelerados, mesmo imediatistas, demasiadas vezes, sem grandes margens para reflexões demoradas, numa voragem de acontecimentos e reações. É nesse contexto que se pode interpretar a conferência internacional que termina hoje em Lugano, na Suíça, e onde se discute a reconstrução da Ucrânia depois da guerra. Enquanto, à beira de um grande lago, se fazem contas aos custos (mais de 700 mil milhões de euros) e métodos dessa operação, a destruição continua, diariamente, na Ucrânia e não é ainda claro para ninguém como, e quando, vai ser o desenlace final do conflito.
Com a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen a prometer um continuado apoio “a médio e longo prazo” aos ucranianos, este encontro internacional tem, para lá de todas as promessas e compromissos práticos, um grande valor simbólico e de apoio à resistência ucraniana ao invasor russo. Como se o célebre Plano Marshall, que a partir de 1948 ajudou a reconstruir uma Europa traumatizada, tivesse começado a ser discutido publicamente muito antes da vitória dos Aliados em 1945… De Lugano deve sair hoje uma Declaração que define prioridades e estratégias na reconstrução futura