Anda no ar, ao que parece, uma nova epidemia. Chamam-lhe “fadiga informativa” e, segundo o último relatório do Reuters Institute, está a disseminar-se com rapidez um pouco por todo o mundo, devido ao cansaço provocado pela sucessão quase interminável de más notícias, com que fomos bombardeados nos últimos três anos, com a pandemia, a guerra na Ucrânia, o regresso da inflação e o espectro permanente de novas crises económicas. Um dos sintomas desta epidemia é o comportamento a que os autores do estudo identificam em inglês como “selecting news avoidance”, e que se traduz no impulso das pessoas em limitarem a sua exposição às notícias ou, no mínimo, selecionarem ainda mais aquelas que querem ler, ver ou ouvir. Em maior ou menor grau, esta “fadiga informativa” foi encontrada nas respostas aos inquéritos realizados em 46 países, incluindo Portugal.
Confesso que não é fácil encontrar remédios ou vacinas para o “vírus” desta nova epidemia, num ciclo informativo em que rareiam, de facto, as notícias que nos devolvam a esperança, num mundo em crise, em guerra e cada vez mais à mercê das alterações climáticas.
Para contrariar a tendência identificada naquele estudo da Reuters, tinha pensado abrir hoje esta newsletter com uma boa notícia. Até porque havia motivos para isso: uma notícia com todos os ingredientes para ser saudada com um misto de entusiasmo e de alivio, já que pode representar o fim de um imbróglio que dura há já mais de 50 anos, e que tantos rios de tinta tem feito correr em Portugal: a decisão final sobre o novo Aeroporto de Lisboa.
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