“Eu já mudo de canal cada vez que começam as notícias da guerra”; “Já não se aguenta”; “É só guerra, só guerra, parece que não se passa mais nada”… e as queixas contra os jornalistas multiplicam-se neste mundo desejoso de desligar do incómodo de ter a realidade a entrar-lhe pelo telemóvel ou pelo computador ou pelas televisões adentro.
E realidade talvez deva levar umas aspas quando se fala do que passa neste momento a Leste. Ainda ontem, uma missão de observação da ONU dava conta, sem surpresa, que as quase 3500 mortes de civis estimadas desde o início da invasão russa serão muitas, muitas mais. Pode ser necessário somar milhares a esta triste contabilidade só na cidade ucraniana de Mariupol, “o grande buraco negro”.