Quando, há cerca de quatro meses fazíamos brindes desejando um “bom ano novo” com muita paz, amor e prosperidade, não fazíamos ideia do que nos esperava em 2022. Difícil prever, por exemplo, que uma das palavras mais repetidas do ano seria uma daquelas com grande carga de horror, quatro letras que evocam as piores memórias da humanidade: nazi.
Tudo começou com o principal argumento dado por Vladimir Putin para a brutal invasão que ordenou na Ucrânia a partir de 24 de fevereiro: desnazificação. Como se acreditasse que podia chegar a 9 de maio de 2022, 77 anos depois da rendição alemã na Segunda Guerra Mundial, como renovado herói na luta contra um suposto novo regime nazi. Essa data é conhecida, e celebrada na Rússia, como Dia da Vitória Soviética, sempre com festejos que carregam na exibição de poderia militar. Este ano a rotina deve repetir-se, mas nada será igual. Em plena guerra, há informações de que uma das paradas acontecerá na cidade ucraniana de Mariupol, praticamente tomada pelos russos. Aí, como em Moscovo e muitas outras cidades russas, vai provavelmente encenar-se uma nova vitória contra o “nazismo”. Mas onde estão os nazis?
