Quando a incerteza é muita, enquanto uns investigam para que se faça alguma luz sobre o tema, os restantes dividem-se entre o silêncio e a especulação mais ou menos fundamentada. Mas se há coisa que estes quase dois anos de Covid nos têm mostrado, é que se até as certezas num momento se dissipam no seguinte, quanto mais as teorias prematuras. E no que toca à nova versão do SARS-CoV-2 é nesse ponto que estamos. Quando, no verão passado, com a campanha de vacinação de vento em popa, parecia que teríamos a pandemia resolvida antes do final deste ano, apareceu a variante Delta e baralhou-nos as contas todas. Altamente contagiosa (quase o dobro da versão “orginal” deste coronavírus) e mais capaz de se disfarçar inicialmente de uma constipação comum, esta versão fez disparar os números em todo o mundo e tornou-se predominante. Afinal, não estava nada resolvido e não, não era um problema de África, onde apenas cerca de 7% da população está totalmente vacinada, mas logo aqui na Europa.
Não é de espantar, portanto, que a nova variante, a Ómicron – saltaram-se duas letras do alfabeto grego para a nomear, como se explica aqui – tenha feito soar os alarmes globais.