A coreografia continua. Para hoje estão prometidos encontros do primeiro-ministro António Costa com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português para negociações que têm em vista a aprovação, na generalidade, do Orçamento de Estado que irá a votos na Assembleia da República na quarta-feira, 27 de outubro. É verdade que a procura de consensos e/ou compromissos é a base de qualquer sistema democrático saudável, mas o modo como vemos este processo acontecer em vários anos – e desta vez com uma dramatização especial – faz pensar mais numa prática de chantagens sucessivas que se vão acentuando com a aproximação do prazo final (um pouco como nos filmes americanos, quando dois carros aceleram um em direção ao outro sem sabermos, até ao último momento, quem se vai desviar). Seria, certamente, mais saudável chegar a esta fase com negociações previamente feitas muito mais avançadas, antes mesmo do desenho do orçamento a apresentar – e isso não parece, propriamente, impossível, não é a quadratura do círculo.
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