Estranhamente, ou talvez não, nem o caso Selminho nem o caso dos ativistas russos tiveram grande presença na campanha para as autárquicas do próximo domingo, 26. O povo é sereno; conflitos de interesses e formalidades constitucionais podem até não lhe interessar grande coisa, mas a verdade é que, aos partidos do arco da governação, também dá jeito este silêncio, esta espécie de pacto de não-agressão. Hoje são eles, amanhã podemos ser nós; é preciso ter cuidado com os ricochetes e telhados de vidro – sejamos pragmáticos e joguemos pelo seguro. Dizem-nos as sondagens que, no Porto, as eleições são favas contadas para Rui Moreira, devendo o candidato independente alcançar a maioria absoluta. Já Fernando Medina, em Lisboa, não pode tomá-la como certa, ainda que o atual presidente da câmara também seja o mais que provável vencedor.
Doutros campeonatos, já sabíamos que o outro Rui – não o Moreira, mas o Rio – dispensa sondagens e estudos de opinião. Ontem, no final de um almoço com Carlos Moedas, no Parque Mayer, o presidente do PSD (e, recorde-se, antecessor de Rui Moreira) voltou a criticar um dos seus ódios de estimação, desacreditando as empresas de sondagens. Disse que não sabe quem vai ganhar em Lisboa, mas admitiu que a sua intuição lhe diz que será o candidato da coligação Novos Tempos: “O meu feeling é que é o Carlos Moedas”.