A curta viagem de Jeff Bezzos ao espaço, a bordo da nave New Shepard, da sua empresa Blue Origin, teve todos os condimentos de um filme de Hollywood. A presença do irmão do homem mais rico do mundo; o astronauta mais jovem e a astronauta mais velha, a grande personagem que é Wally Funk. Teve imagens de cortar a respiração. Teve a história do sonho de menino finalmente concretizado. E teve o mundo em direto para uns pouco mais de dez minutos de tensão e alívio. Mas teve também simbolicamente, uma carga que não passou despercebida a ninguém.
Há algo de profundamente simbólico naquelas imagens. O homem mais rico do mundo, de chapéu de cowboy na cabeça, a estourar alguns dos seus muitos e muitos milhões para ter o privilégio de ser o primeiro a chegar ao espaço na nave que a sua empresa construiu. Uma nave pilotada remotamente, deixando os ocupantes livres para – enquanto turistas espaciais de luxo – desfrutarem da vista e aproveitarem todos os minutos lá em cima.