No fantástico filme “O Feiticeiro de Oz”, de 1939, a protagonista Dorothy entra num mundo mágico, estranho e colorido, e dirige-se ao seu cão: “Toto, tenho a impressão que já não estamos no Kansas”, a sua banal e previsível terra de origem. Ora a União Europeia está a viver o seu momento “Oz”, acordando para uma realidade que lhe é estranha e incómoda, apesar de ter estado sempre à frente dos seus olhos.
Depois de seis meses institucionalmente irrepreensíveis, Portugal passou o testemunho à Eslovénia na presidência do Conselho Europeu. Portugal aqui foi o Kansas do filme: seguro, bem-comportado, familiar. Mas logo nos primeiros dias da presidência eslovena, ficou claro para todos que o Kansas estava muito, muito distante.