Sabíamos que o regresso à vida normal estava a ser rápido em Israel, um país em que quase 60% da população já recebeu as duas doses da vacina. Com um misto de espanto e de inveja, assistimos, nas últimas semanas, aos israelitas a voltarem, alegremente, às rotinas interrompidas há um ano. E fizemo-lo, um pouco por todo o mundo, como se eles nos estivessem a mostrar, pela sua experiência, como será também a nossa vida depois de vencida a pandemia: poder ir a concertos e bares exibindo um certificado de vacina, passear na rua sem ter que usar máscara obrigatória e, até, ver os hospitais sem as urgências lotadas ou demasiadas restrições de acesso. Mas não só: o que eles também nos estão a mostrar é que, passada a “interrupção” da Covid-19, regressam também os conflitos que ficaram adormecidos com a pandemia. Como tudo isto ocorre numa das regiões mais conturbadas do planeta, o regresso à “vida normal” é acompanhado pela guerra do costume, neste caso o conflito israelo-palestiniano, que se arrasta há mais de sete décadas.
A cada dia (e noite) que passa, a tensão tem aumentado, desde o início desta semana. E, de repente, deixou-se de falar nas taxas de vacinação ou na eficácia de cada dose, para se voltar a contabilizar os números de vítimasdos dois lados, acompanhado de uma escalada vertiginosa no tom verbal das ameaças.
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