Após um fim de semana em cheio para celebrar o sonho da Europa (a duas cimeiras juntou-se o arranque de uma conferência sobre o futuro do Velho Continente), voltamos esta segunda-feira à vida real. A Cimeira Social do Porto, que marcou o regresso dos líderes comunitários às iniciativas presenciais, foi apontada como o evento mais importante da presidência portuguesa da União Europeia. Ali ficou firmado o compromisso para avançar com o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, com metas para o emprego, a formação e a redução da pobreza, numa altura em que se cruzam duas transições históricas – a digital e a climática – com uma pandemia ainda por debelar. Um “marco histórico”, segundo António Costa, mas que não convenceu a oposição à esquerda, PCP e Bloco.
Depois, este domingo em Estrasburgo, no lançamento da Conferência sobre o Futuro da Europa, o primeiro-ministro voltou a sublinhar a necessidade de os 27 não se furtarem aos debates que têm de fazer, desde logo numa referência às diferenças entre Estados-membros e ao risco de essas dissensões paralisarem a ação. Sobretudo numa altura em que o curso da vacinação ( quase um terço dos adultos já tem a primeira dose) dá esperanças de que se possa iniciar o caminho da recuperação, à força do combustível dos biliões da bazuca.