De repente o país acordou para a realidade de um manto de estufas, que há já muitos anos invadiu o perímetro de rega do Rio Mira, encobrindo a exploração de uma mão de obra desqualificada, excluída socialmente e numa vivência habitacional deplorável, que alimenta o exangue daquelas terras. O que o Presidente da República classificou, ontem, de uma “realidade subterrânea”, que a “pandemia pôs a nu” e se justifica ser investigada pela Justiça, é hoje discutida no Parlamento, num debate de urgência pedido pelo PAN.
O Governo terá seis minutos para explicar o que tem feito nos últimos anos para travar um cenário que veio agora a público, com a cerca sanitária imposta às freguesias de São Teotónio e Almograve, em Odemira – devido à alta incidência de Covid-19 entre os trabalhadores imigrantes. Que esses minutos sirvam também para dar garantias sobre o futuro.