Tudo pode ainda correr mal, mas só uma catástrofe desportiva poderá impedir o Sporting de voltar a sagrar-se, finalmente ao fim de 19 anos, campeão nacional de futebol. Feito que, a confirmar-se, é totalmente merecido, tal a superioridade demonstrada ao logo de toda a temporada pela equipa orientada por um surpreendente Rúben Amorim. Para que o título regresse a Alvalade, basta que os leões conquistem sete dos 12 pontos que ainda estão em disputa nos quatro jogos que restam até ao final do campeonato. Três deles podem ser conseguidos, já esta noite, em Vila do Conde, quando o Sporting defrontar um Rio Ave a lutar para não descer aos lugares de despromoção. Mais dois ou três pontos poderão chegar amanhã, caso o eterno rival Benfica empate ou vença o FC Porto, no Estádio da Luz. E não deixará de ser curioso ver sportinguistas a torcer pelo Benfica, diga-se de passagem.
Se, em setembro do ano passado, alguém apostasse no Sporting como candidato ao título seria certamente rotulado de louco. Os sucessivos fracassos desportivos, as permanente convulsões diretivas, a profunda crise financeira e as feridas deixadas pela fatídica invasão da academia de Alcochete apontavam para mais uma temporada longe da disputa pelo primeiro lugar.