Ao todo, foram 62 as tendas de campismo enviadas, 65 sacos cama e 503 cobertores, mas distribuídos em dois transportes foram também enviados 3.451 pares de calças, 8.472 camisolas, 580 pares de sapatos e 4.725 casacos.
Inicialmente o grupo “Não te Refugies” – que integra portugueses e sérvios, tendo começado em Valongo mas “alargado espontaneamente”, como referiram, “ao Grande Porto e pelo país fora” – lançou uma campanha de angariação de fundos destinada à compra de tendas com as características necessárias para fazer face às condições climatéricas da Sérvia.
Pediam 2.000 euros para “pelo menos 35 tendas”. Conseguiram 2.911 euros, sendo que a verba angariada serviu também para custear o transporte dos donativos que foram chegando ao Porto para serem alvo de uma triagem na qual participaram dezenas de voluntários.
“Excedeu as nossas expectativas. Aliás, não tínhamos expectativas. Na minha cabeça, quando começamos, estava a imagem de uma caixa, entretanto foi necessário arranjar um camião”, disse à Lusa Jorge Sá do “Não te refugies”.
O movimento contou com a colaboração de corpos de bombeiros de Valongo, Ermesinde, Gondomar, Porto e Vila Nova de Gaia, e gerou “grupos satélite” como um de Arcos de Valdevez que organizou eventos para angariar fundos e donativos para entregar ao “Não te refugies“.
A ideia de um enfermeiro, de uma designer e de uma médica ganhou “uma escala enorme”, contou Barbara Seabra realçando “o envolvimento de escolas” como as de Vallis Longus ou de Campo, concelho de Valongo, onde por iniciativa dos professores o tema dos refugiados foi explicado.
O mesmo aconteceu numa escola de Amares, Braga, que abraçou as mensagens deste movimento para discutir, contou Jorge Sá, “o preconceito, a diferença”.
Lígia Pinto explicou que agora que o período de recolha de “ajudas” terminou o grupo está a encaminhar quem o procura, por exemplo nas redes sociais, para outras campanhas relacionadas com a população refugiada que todos os dias tem chegado à Europa.