Manifesto
A Revolução Interior que o Fim (real e não só estatístico) da Pobreza exige de cada um: cidadãos, organizações, empresas e … poderes
Não será possível erradicar, de facto, a pobreza
1. Sem que cada um abdique dos seus excessos;
2. Sem que cada um aceite abraçar e viver a felicidade do suficiente;
3. Sem que a formação eduque para a Dignidade de Todos os Seres; o total respeito por si, a sincera autenticidade e a responsabilidade ética e moral;
4. Sem que cada um (no respeito por si) procure fazer da sua existência uma vida bem-sucedida, não se resignando a uma vida (apenas) de sucesso;
5. Sem que o direito a não ser pobre não signifique e inclua também o dever individual e colectivo de não se ser pobre;
6. Sem que nos libertemos da solidariedade burguesa da esmola, presente na moeda, nos sacos de comida e nas sobras que se distribuem por quem muito pouco ou nada tem;
7. Sem que a felicidade dos proventos e práticas dos excessos seja severamente taxada pelo Estado;
8. Sem que todos os recursos disponíveis sejam investidos não para fomentar a subsidiodependência mas na formação e a criação efectiva de postos de trabalho;
9. Sem que as organizações da sociedade civil deixem de criar ricos, em vez de riqueza;
10. Sem que as empresas se envergonhem dos seus excessos e distribuam com equidade e justiça, por todos os seus stakeholders, os lucros resultados de cada exercício económico anual;
11. Sem que quem governa tenha como prioridade absoluta conseguir disponibilizar mínimos de bem-estar ou de bem comum para TODOS;
12. Sem que se abrace uma radical hospitalidade que seja sempre, numa total abertura ao risco, apaixonadamente justa, acolhedora e inclusiva com os de fora e os de dentro;
13. Sem que um dia a pobreza se declare solenemente ilegal e seja criminalizada como mãe de todos os males, violadora de deveres e direitos fundamentais.
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Estratégias Nacionais de Combate à Pobreza têm-se revelado puro logro, pois não servem senão para multiplicar reuniões, criar diagnósticos, e no final descansar as consciências distribuindo dinheiros por organizações, fomentando assim a subsidiodependência;
Infelizmente, o que milhares de vozes no terreno dizem e fazem há já muito tempo, no quadro apenas deste momento presente, não tem encontrado nos líderes políticos, das organizações, das empresas, de tradições religiosas e em tantos outros, a coragem de serem seus reais e verdadeiros porta-vozes.
Hoje há certamente que ouvir menos quem está no poder e prestar mais atenção às nossas avós e crianças, a quem no terreno luta por uma Justiça e Paz para TODOS.
Junto deles devem estar os jornais, as rádios, as televisões, os media, as redes sociais…