“Que Governo é este que ajuda a banca e corta no apoio às crianças com deficiência”, questionava uma das muitas faixas que o grupo de pais, do distrito de Aveiro, segurava à frente do edifício, durante a manifestação da semana passada.
Ao lado da entrada da secção da Região Centro da DGESTE, o grupo de pais colocou uma mesa, com “bolas de cristal” e uma manequim vestida de bruxa, mas “que é uma investigadora” que “desenvolveu uma nova escala de avaliação” – “Mota and Passos Intelligence Scale for Children and Adults [analogia a uma escala de avaliação de inteligência]”, ironizou Rosa Maria Menezes, da Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Educativas Especiais (APACJNAE).
O processo de avaliações das necessidades das crianças, desenvolvido através de um protocolo entre o ministério da Educação e o da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, é “confuso”, considerou a membro da APACJNAE, salientando que o protocolo celebrado foi “criado para cortar nos apoios às crianças”.
A representante da APACJNAE frisou que “há cerca de 13 000 crianças em Portugal” sem subsídio e que não há “sequer uma resposta aos processos”.
“As famílias, em que a maioria dos pais está desempregada, têm grandes dificuldades em gerir o orçamento e não conseguem pagar a terapia”, contou Rosa Maria Menezes.
Rosa Maria Menezes foi recebida pela direção da DGESTE da Região Centro, explicando à agência Lusa que este órgão admitiu “que o processo não está a correr muito bem”.