Lara Morgado, 32 anos, tem exercido a profissão junto de grupos de risco. Licenciada pela Universidade do Porto é, também, escritora, professora de teatro e encenadora. Aliando a vertente artística à psicologia, idealizou este conceito de colocar “num ambiente informal um psicólogo disponível para ouvir as pessoas”. Será a primeira a pôr em prática o modelo a que chamou “Todo Ouvidos”.
Se correr bem, quer expandi-lo e dar a emprego a colegas. “Não são consultas. Sigo um dos métodos da psicologia, a escuta ativa, ouvindo e colocando questões estratégicas.
Se achar que devo, encaminho quem falar comigo para colegas meus.” O Ceuta, um “café democrático”, foi o local “certo” para “combater um certo preconceito” que julga haver em relação à psicologia. Num país sem urgências de psicologia, pensa poder fazer a diferença: “Há instantes decisivos, que não podem esperar por hora marcada.” Está disponível de segunda a sábado, das 16 às 22 horas.
O pagamento é feito em “escutos”, as moedas que inventou. Cada uma vale quatro euros e dá direito a 15 minutos de escuta ativa. Agostinho Silva, o proprietário do café, terá concorrência: “Às vezes sinto-me psicólogo. Os clientes falam comigo dos problemas deles, da crise.”