Está prestes a terminar o curso mas, neste momento, a principal preocupação do arquiteto Francisco Varela não é encontrar um emprego. “Tenho de enviar uma carta a todas as pessoas a quem me esqueci de agradecer durante o meu discurso”, conta, divertido. Quando soube que tinha vencido a segunda edição do concurso Sika Academy, ficou tão incrédulo que as palavras fugiram-lhe.
A iniciativa da empresa de construção civil Sika destina-se a finalistas e recém-formados em Arquitetura e Engenharia Civil. Os candidatos escolhem uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que precise de obras e apresentam um projeto de reabilitação.
O melhor, vê o seu projeto sair do papel e ganha a oportunidade de fazer um estágio remunerado de nove meses na filial portuguesa da empresa suíça.
Apesar de ser de Lisboa, Francisco concorreu com um projeto de reabilitação do Centro Infantil Irene Lisboa, em Évora: “Escolhi esta instituição por ser numa cidade considerada Património Mundial pela UNESCO e por albergar crianças. Quis contribuir para os miúdos viverem no maior conforto possível.”
O cenário que encontrou na sua primeira visita ao Centro Infantil deu-lhe o incentivo que faltava para se dedicar com afinco ao projeto. “A caixilharia do edifício deixava entrar água, os funcionários tentavam reparar o problema com fita-cola. As paredes degradadas estavam escondidas com desenhos das crianças… E a cozinha era uma das áreas chave que precisava urgentemente de uma intervenção.”
As obras estão previstas para o final do primeiro trimestre do próximo ano. Francisco vai acompanhar a evolução dos trabalhos de perto durante o seu estágio na empresa.
No seu entender, os verdadeiros vencedores são as crianças do Centro Infantil Irene Lisboa, que vão usufruir de um espaço renovado. A Sika vai oferecer à instituição todos os materiais necessários para a renovação.
Ainda a terminar o curso de arquitetura na Universidade Lusíada, em Lisboa, Francisco já garantiu o difícil primeiro emprego. Entre os colegas, confessa que muitos ponderam emigrar. Por isso, está decido a não desperdiçar esta oportunidade. Este ano, a Sika Academy recebeu cerca de 45 candidaturas, mais 20% do que na primeira edição.
Francisco acredita que ter vencido o concurso foi a confirmação da sua velha máxima: “é preciso dar para depois receber.”