“Se por vezes sinto, “a dor da velhice”, sorrio e digo: pois é, a idade é muita! Mas quando o meu corpo de revigora no duche da manhã, sinto aquela chuva como uma bênção e esqueço o resto.
Se uma gota de tristeza rebola no meu coração, envolvo-me no céu, no mar, no que faço e no que amo e depois digo: Que bom, estou viva!
E se os tempos são amargos, ainda tenho força para gritar: Injustiças não! Pensem! Cresçam!
Estas palavras são o resumo da velhice que tentei escolher para mim. Quero-a desta maneira. Despojada de medos e sobretudo lúcida.
Mas para o ano são 70! Se me custa? Não, porque ainda sou jovem, tenho muito para amar, aprender e fazer!”
Margarida Carpinteiro