Numa operação de charme para convencer a Rip Curl a escolher Peniche como sede da prova itinerante do circuito mundial de surf, em 2009, António José Correia recebeu a cúpula da multinacional australiana na capela de Santa Bárbara, dentro das muralhas da fortaleza que protege a cidade desde o século XVI. À saída, o então presidente da câmara municipal estava convicto de que a Fórmula 1 do surf, como gosta de lhe chamar, já não escaparia. E ainda mais seguro ficou “após o jantar, com vista para a Berlenga”.
Era o culminar de anos de dedicação à modalidade, durante os quais tentou promover Peniche como “capital da onda”. À época, eram as marcas da modalidade que organizavam as etapas do circuito mundial. Uma das licenças da Rip Curl consistia nesta prova volante, que todos os anos se realizava num local diferente. A praia de Supertubos, em Peniche, bateu a concorrência de candidatas propostas por outras regiões em que a marca operava. “A reunião dentro da capela da fortaleza podia ter sido feita numa cave ou numa sala, mas assim acabámos por fazer uma apresentação de encher o olho”, recorda Francisco Spínola, na altura diretor de marketing da Rip Curl em Portugal.