O suspeito de raptar Luana Pereira, a jovem de Cruz da Areia (Leira), de apenas 17 anos, durante oito meses, vai aguardar o inquérito deste caso em liberdade. O tribunal de Leiria decidiu, esta quinta-feira, aplicar a Carlos Conde, 48 anos, a medida de coação de termo de identidade e residência. O homem fica ainda proibido de se deslocar ao concelho de Leiria e de contactar com a alegada vítima.
Recorde-se que Luana iunha desaparecido de casa no dia 30 de maio de 2022. Durante oito meses viveu em Évora, com o suspeito e a mãe deste. De acordo com a investigação, Luana e Carlos Conde, um empregado fabril, tiveram os primeiros contactos através de um jogo online, quando a jovem tinha apenas 14 anos. Os frequentes contactos terão evoluído para uma “relação amorosa, até que surgiu a oportunidade de o suspeito a ir buscar a Leiria, levando-a com ele”, diz a PJ.
A PJ informou ainda que a Luana foi encontrada “tranquila, bem tratada, a fazer aquilo de que gostava, que era o vício do jogo online”. A investigação acredita que, nestes oito meses, a jovem “nunca terá saído de casa, passando a maior parte do tempo num quarto sem luz natural” – e escondia-se no sótão da habitação sempre que Carlos Conde e a mãe recebiam visitas (entre as quais as duas filhas deste homem). Falta apurar, no entanto, a questão do consentimento, “se foi livre, sério e esclarecido”, referiu Jorge Leitão. A PJ “acredita que não”.
Entretanto, em declarações à SIC, mãe do detido conta que “sabia que Luana estava a ser procurada e aconselhou-a a ligar à família, mas a jovem nunca quis fazê-lo”. A mãe do detido conta que a jovem passava os dias a jogar no quarto do homem, onde existe uma grande televisão, e que só saia para comer e ir à casa de banho. Recusa que o filho dormisse com a jovem.