O MInistério Público propôs, esta segunda-feira, a realização de um interrogatório a José Sócrates para uma eventual alteração da medida de coacção ao antigo primeiro-ministro. A posição do procurador foi manifestada à juíza Margarida Alves do Juízo Criminal de Lisboa, onde está o processo por falsificação e branqueamento de capitais depois de ter sido recebida a resposta da Interpol que detalhou as viagens de Sócrates ao Brasil no último ano. Para realizar o interrogatório, o coletivo terá que reunir.
Segundo informações recolhidas pela VISÃO, José Sócrates viajou pela primeira vez para o Brasil em agosto de 2021, tendo ficado neste país durante 12 dias. A 5 de fevereiro, o antigo primeiro-ministro voltou a sair de Lisboa com destino a São Paulo, mas a Interpol não tem registo da data de regresso. Ao tribunal foi comunicada uma nova saída, a 4 de abril, e o regresso a 12 de junho.
Depois de a VISÃO ter revelado as viagens do arguido ao Brasil, a defesa confirmou ao tribunal que José Sócrates tem “feito, efetivamente, algumas deslocações ao Brasil, para cumprimento de obrigações académicas no Doutoramento que frequenta na Universidade Pontifícia de São Paulo. O advogado Pedro Delille reafirmou o que já tinha declarado publicamente: o arguido mantém a morada na Ericeira, tal como consta do TIR e é nessa morada, que tem e pretende continuar a ter centrada a sua vida pessoal e profissional; e que pretende continuar a receber toda a sua correspondência, inclusivamente todas as notificações que devam ser-lhe feitas pelos tribunais.
Mais recentemente, em entrevista à SIC, Sócrates afirmou que até poderia ter informado o tribunal das suas deslocações, mas, para isso, teria que ser questionado “com bons modos” e não da forma que foi, “própria de um Estado policial”.
No Brasil, tal como a VISÃO revelou recentemente, Sócrates tem estado bastante ativo junto das hostes do PT, partido de Lula da Silva que se recandidata à presidência da República. É colunista de uma revista, particicipou em eventos públicos e até esteve num jantar com Lula da Silva e o empresário português, Marco Galinha, dono do “Jornal de Noticias”, “Diário de Notícias”, TSF, entre outros meios de comunicação social.