Ainda há diferenças, em comparação às mulheres, na forma como a sociedade olha para o homem vítima de violência doméstica?
Os estudos, mas também a perceção social, demonstram-nos isso. Ainda há uma diferença muito grande. Já foram, aliás, feitas experiências sociais, em Portugal e no estrangeiro, sobre o tema. E sabemos que, quando a vítima de violência doméstica é um homem, a primeira reação das pessoas é rir-se da situação.
Porque é difícil reconhecer este fenómeno?
O fenómeno ainda é invisível. Há 30 anos, não tínhamos consciência pública do problema da violência doméstica nas mulheres, não tínhamos um sistema público de apoio, não existiam campanhas de prevenção e de sensibilização. Hoje, estamos precisamente no mesmo ponto em relação aos homens.