Kirkenes é uma pequena localidade no Norte da Noruega, banhada pelo mar de Barents, já dentro do Círculo Polar Ártico. No verão, há dias inteiros sem anoitecer; no inverno, o Sol hiberna por uns tempos. A neve e o gelo dominam as vistas, o frio é quase omnipresente. Não há sequer quatro mil almas a viver por ali.
O chinês Memettursun Omer, 31 anos, chegou em janeiro. Enquanto aguarda pelo desfecho do pedido de asilo ao país considerado o mais democrático do planeta, pátria do Nobel da Paz, diz sentir-se mais seguro. Também ajuda a sensação de estar “no fim do mundo”. Muçulmano uigur, uma etnia de origem turcomena que tem vindo a ser perseguida na China, passou os últimos anos a tentar fugir ao autoritarismo do país que o viu nascer.