Nos últimos dois anos, 250 mil portugueses juntaram-se ao grupo dos que dispensam a carne e o peixe na sua dieta diária, num total de um milhão de pessoas. Se em 2019, os vegans (0,7%), vegetarianos (0,9%) e flexitarianos (7,4%) representavam 9% da população, hoje ascendem a 11,9 por cento, dividindo-se agora respetivamente por 0,5%, 2,1% e 9,3 por cento.
As mulheres lideram esta mudança alimentar, ao representarem 60% do total de pessoas que se viraram para os alimentos vegetais. E foi na faixa etária entre os 18 e os 34 anos que mais se operou esse twist.
Os flexitarianos são os mais moderados do trio de veggies, pois são aqueles que comem carne, peixe e frutos do mar muito esporadicamente, baseando a sua alimentação em produtos de origem vegetal, tal como os vegetarianos. Destes, 68% adotou esta dieta por questões de saúde, preocupação com os animais (30%) ou para serem mais sustentáveis (29%). As motivações dos vegetarianos e dos vegans são um pouco distintas: uma grande percentagem (73%) moveu-se por questões ambientais e 69% por respeito aos animais.
Entre os omnívoros, 41% declarou que tinha reduzido o consumo de carne vermelha no último ano e 47% disse ter diminuído ou eliminado os enchidos do seu prato. Por outro lado, 23% dos consumidores mostrou-se aberto à compra de carne de laboratório (cujas experiências já vão avançadas), número que sobe para 32% quando se trata de veggies. Mas ainda há 15% de pessoas totalmente fechadas a essa inovação amiga do ambiente.
O estudo foi feito pela consultora espanhola Lantern, a mesma que pesquisou sobre este assunto em 2019, com base num questionário online, com uma amostra de 1012 adultos de todo o País, no mês de junho.