As instalações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), na sede localizada no Largo Trindade Coelho, foram esta sexta-feira alvo de buscas da Polícia Judiciária (PJ), que se estenderam também à Escola Superior de Saúde de Alcoitão (ESSA), em Alcabideche, propriedade da SCML, apurou a VISÃO. Confrontada com as movimentações nas suas instalações, fonte oficial da SCML confirmou as diligências mas não adiantou qual o motivo das mesmas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), questionada pela VISÃO, durante a realização da incursão policial, revelou já ao final do dia que se tratou da “realização de buscas no âmbito de inquérito dirigido pelo Ministério Público do DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) Regional de Lisboa”. Porém, não acrescentou mais sobre a investigação que levou o Ministério Público a autorizar as buscas da PJ, que começaram a meio da manhã, nos gabinetes dos administradores e da presidência da instituição em Lisboa, e no estabelecimento de ensino, no concelho de Cascais.
À VISÃO, fontes ligadas a este caso adiantaram que terão sido levados pela PJ o computador pessoal do provedor Edmundo Martinho, assim como o que este responsável usa na instituição.
O mesmo terá acontecido com o computador pessoal e o profissional de Maria da Luz Cabral, a coordenadora do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas de Longevidade, contratada para a SCML quando manteria alegadamente uma relação amorosa com Martinho, em 2016, era este ainda vice-provedor de Pedro Santana Lopes.
Também terão sido levados dossiês sobre o doutoramento pago pela Santa Casa a Maria da Luz Cabral – assim como as despesas que esta apresentou nesse âmbito -, sobre alegadas contratações de familiares desta técnica e ainda quanto a um suposto aluguer a Martinho de um apartamento propriedade da instituição.
Toda esta documentação já tinha sido passada a pente fino pela Inspeção Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, após os semanários Sol e Sábado terem revelado tais ligações entre Edmundo Martinho e Maria da Luz Cabral. As buscas agora realizadas tiveram origem na auditoria da IGMTSSS, enviada ao Ministério Público.
A última vez que uma incursão da PJ visou a instituição liderada por Edmundo Martinho foi em 2016, estando então em causa alegadas irregularidades na gestão financeira no mandato de Pedro Santana Lopes, que tinham sido também detetadas pela IGMTSSS. Nessa investigação era visada, entre outros responsáveis, a administradora da SCML Helena Lopes da Costa.
Atualizada às 18 horas com resposta da Procuradoria-Geral da República