Muito idosos e muito doentes. É este o perfil de mortes por Covid-19 em Itália, entre a população com a vacinação completa, indica um estudo do Instituto Nacional de Saúde, conhecido esta quarta-feira, 20. Nas pessoas vacinadas, os óbitos ocorrem, em média, aos 85,5 anos e elas sofrem de outras cinco doenças preexistentes. Problemas cardíacos, demência e cancro estão entre as comorbilidades mais vezes observadas nestes pacientes que não resistiram à Covid-19, apesar de devidamente inoculados.
Em comparação, o estudo refere que as mortes na população não vacinada e parcialmente vacinada acontecem, em média, aos 78,3 anos e vitimam pessoas que já tinham, também em média, outras 3,9 doenças subjacentes. Significa isto que a Covid-19 é bem mais letal em pessoas não vacinadas, acabando por vitimá-las mais precocemente e apesar de afetadas por menos patologias do que as vacinadas.
O estudo abrangeu o período entre 1 de fevereiro e 5 de outubro de 2021, durante o qual se registaram 38 096 óbitos por Covid-19 em Itália. Destes, 33 620 (88,3%) eram pessoas que não tinham sido vacinadas, enquanto 1440 (3,7%) tinham o esquema vacinal completo, outro dado que atesta a vantagem da inoculação no combate ao vírus SARS-CoV-2. Os não vacinados têm uma probabilidade 23 vezes maior de sucumbirem à doença do que os vacinados.
Os resultados do Instituto Nacional de Saúde italiano foram obtidos através da análise de 842 registos clínicos entre o total de óbitos, sendo 671 de pessoas que não estavam vacinadas e 171 de pessoas que tinham a vacinação completa.
A Itália tem quase 82% da sua população vacinada e o seu governo aprovou, na semana passada, a obrigatoriedade do certificado de vacinação para todos os trabalhadores.