Os israelitas foram os primeiros a desenvolver uma espécie de “passaporte Covid”, capaz de provar que uma pessoa está vacinada contra a doença, que fez um teste de rastreio com resultado negativo ou que esteve infetada nos últimos seis meses.
Atualmente, cerca de uma dúzia de países europeus faz depender a entrada em muitos lugares da apresentação deste documento, com o objetivo de controlar a transmissão do vírus.
Em Espanha, por exemplo, não tem sido fácil implementar o passaporte sanitário. Os governos regionais das Canárias, Galiza, Cantábria e Andaluzia foram impedidos de o fazer pelos tribunais
Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Eslovénia e, claro, Portugal, são dos países europeus que mais confiam na eficácia dos certificados para evitar contágios.
Em Espanha, por exemplo, não tem sido fácil implementar o passaporte sanitário. Os governos regionais das Canárias, Galiza, Cantábria e Andaluzia foram impedidos de o fazer por tribunais regionais e também pelo supremo tribunal espanhol.
Já a Suécia, por exemplo, apenas exige o certificado aos viajantes que entram e saem do país, estando todos os locais, interiores ou exteriores, abertos à generalidade das pessoas.
Na Dinamarca, que soma 80% da população acima dos 12 anos completamente vacinada, só falta o comprovativo ser suspenso nas discotecas, o que irá acontecer na próxima semana. Inglaterra também tomou a opção de não impor o certificado, mas com apenas 66% dos habitantes imunizados.
Por outro lado, os Países Baixos suspenderam a apresentação do documento em bares e restaurantes apenas durante o verão.
Mudanças em Portugal?
Existem muitas variações consoante os países. Se a Áustria inclui os cabeleireiros na lista de sítios onde apenas se pode entrar com o passaporte sanitário, o Luxemburgo inclui as lojas.
França conseguiu contrariar a hesitação vacinal tornando o certificado obrigatório em cinemas, teatros, museus, espetáculos desportivos ou ao ar livre, viagens de longa distância em transportes públicos, discotecas, restaurantes, bares e cafés, incluindo nas esplanadas. Apesar da contestação, a medida será alargada aos maiores de 12 anos no final deste mês.
Em dezembro, 60% dos franceses não tinham a certeza se se iriam vacinar contra a Covid-19 mas, desde que o comprovativo passou a ser obrigatório, mais 13 milhões de pessoas tomaram a primeira dose
Em dezembro, 60% dos franceses não tinham a certeza se se iriam vacinar contra a Covid-19, mas desde que o comprovativo foi imposto, a meio de julho deste ano, mais 13 milhões de pessoas tomaram a primeira dose. Atualmente, 88% dos adultos residentes em França já receberam, pelo menos, uma injeção de vacina.
Em Portugal, além de facilitar a circulação dentro da União Europeia, o Certificado Digital Covid também é exigido em eventos culturais, desportivos ou familiares (como casamentos e batizados), em alojamentos turísticos, no interior de restaurantes e bares (a partir das 19h de segunda-feira e aos fins de semana e feriados), nos casinos, termas e spas e nas aulas de grupo em ginásios.
Contudo, na próxima quinta-feira à tarde realiza-se mais um encontro no Infarmed, que irá reunir especialistas em saúde pública e políticos. Assim, espera-se que surjam novidades sobre a próxima fase de desconfinamento, prevista para quando 85% da população estiver vacinada, meta que deverá ser atingida no final deste mês.