Fundador de uma bem-sucedida editora, Erling Kagge, o filósofo aventureiro, como o designou o New York Times, tem uma vida cheia. Nascido em 1963, é pai de três filhas, já foi advogado e modelo, coleciona arte, está ligado à política e é um best-seller. Foi a primeira pessoa a completar, a pé, o “desafio dos três polos” – o Norte, o Sul e o pico do Monte Evereste –, nos anos 90 do século passado. Forte defensor da importância de estar só para alcançar uma existência plena, admite que a felicidade e o materialismo são sobrevalorizados. Sobreviver em condições extremas permitiu-lhe expandir horizontes e inspirou-o a cuidar da nossa casa comum, ameaçada por várias crises, como a climática e a sanitária.
Nesta entrevista, a VISÃO foi ao encontro de Erling Kagge via WhatsApp (sem vídeo) para perceber o que lhe ensinaram as digressões épicas e solitárias aos confins do planeta e como essas lições se podem aplicar a nós e à nossa trajetória de vida. O explorador norueguês foi um dos 50 oradores da segunda edição do GLEX Summit, a cimeira mundial organizada pela Expanding World e o Explorers Club de Nova Iorque, que decorreu, mais uma vez, em território luso (Lisboa e São Miguel, nos Açores, em julho passado). Integrado nas comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, o evento reuniu a elite de exploradores, pioneiros, cientistas e investigadores para discutirem investigações e inovações tecnológicas, na Terra e mais além, com a meta de melhorar a vida no planeta.