É provável que a vida de Angela Gulbenkian venha a dar um filme, muito ao estilo de Ocean’s Eleven. A própria figura é já de si chamativa visualmente e carismática o suficiente para ser tema de inspiração num golpe retratado na tela. Uma marchand que muda a sua vida ao casar-se com um homem que carrega em si um dos apelidos mais importantes no mundo da arte: Gulbenkian. Uma espécie de cartão de entrada que lhe deu estatuto social, prestígio e acesso a milhares de dólares, libras ou euros, consoante o país de origem das vítimas de fraude.
Angela Maria Ischwang, natural de Munique, na Alemanha, depressa aprendeu que mais importante do que ser é parecer ser. A atitude foi de confiança quando assumiu o seu papel de corretora de arte, depois de uma juventude que diz ter sido sempre de paixão pela arte. Segundo o currículo que apresenta nas redes sociais, estudou no King’s College, em Londres, mas o seu nome nunca foi encontrado na lista de alunos (segundo apurou o jornal francês Le Monde, num artigo publicado no recente dia 9 de julho). Em 2010, quando se casou com Duarte Gulbenkian, sobrinho-bisneto de Calouste, tinha 28 anos e uma carreira de jet set pela frente. Começou por viver em Londres, onde abriu uma empresa de marketing (por pouco tempo) e, posteriormente, uma agência de arte, enquanto o marido exercia funções de agente da Federação Internacional de Futebol (FIFA) e era dono da LXG Sports.