Luís Filipe Vieira está no epicentro do novo megaprocesso da Justiça portuguesa, que promete fazer as primeiras páginas dos próximos anos. O presidente do Benfica – agora com o mandato suspenso – é suspeito de ter criado, desde 2014, uma rede de sociedades offshore, espalhadas pelo mundo, por onde moveu elevadas quantias de dinheiro, provenientes de comissões pela transferência de jogadores, desviadas dos cofres do clube da Luz para cobrir passivos e comprar ativos do seu grupo empresarial. Na mira das autoridades está ainda a tentativa de venda de 25% do capital da SAD do Benfica, a um empresário norte-americano, e também a aquisição da dívida e do controlo da entidade Imosteps, devedora do BES, que terá contribuído para um rombo financeiro milionário no Novo Banco, resolvido pelas verbas públicas do Fundo de Resolução.
Para cometer tais crimes, o MP acredita que Vieira contou com a colaboração do seu filho, Tiago Vieira, do agente de jogadores Bruno Macedo e do empresário José António dos Santos. Os arguidos são suspeitos de burla qualificada, abuso de confiança agravado, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, que lesaram a SAD do Benfica, o Novo Banco e o Estado português em mais de 100 milhões de euros.