A alguns utilizadores, o Facebook está a perguntar se conhecem alguém que esteja a tornar-se extremista, enquanto a outros informa que podem ter sido expostos a conteúdos extremistas, disponibilizando a possibilidade de “pedir ajuda”.
Na primeira captura de ecrã publicada no Twitter pode ler-se: “Pode ter sido exposto a conteúdo extremista perigoso recentemente. Grupos violentos tentam manipular a sua raiva e desilusão. Pode agir e proteger-se a si e aos outros”. Já na segunda a rede social pergunta: “Está preocupado que alguém que conheça está a tornar-se extremista? Nós preocupamo-nos em evitar o extremismo no Facebook. Outros na sua situação receberam apoio confidencial”.
Ambas as mensagens têm a opção de receber apoio que, como explica à CNN o porta-voz da Facebook, Andy Ston , redireciona o utilizador para uma série de recursos, incluindo um grupo que ajuda as pessoas a sair de movimentos de extrema direta, o Life After Hate (Vida Depois do Ódio).
“Este teste faz parte de um trabalho mais vasto que estamos a realizar para avaliar maneiras de fornecer recursos e apoio a pessoas no Facebook que possam estar envolvidas ou que tenham sido expostas a conteúdos extremistas, ou que conheçam alguém que esteja em risco. Estamos a fazer uma parceria com ONGs (Organizações Não Governamentais, sem fins lucrativos) e académicos especialistas nesta área e esperamos ter mais para partilhar no futuro.
As capturas de ecrã desta nova iniciativa estão a multiplicar-se na internet, dando origem a uma onda de críticas considerando a própria iniciativa extremista e uma forma de censura. “Estou mais preocupado que o Facebook se esteja a tornar extremista”, pode ler-se numa das publicações.
Há ainda quem questione ainda qual a definição de extremismo usado pela plataforma. “O que é exatamente o espectro de “extremismo” que o Facebook está supostamente a combater? Fascismo? Anarquismo? Comunismo? Libertarianismo? Num mundo em que algumas pessoas consideram as manifestações Fight For $15 [movimento que luta pelo aumento do salário mínimo nos EUA para 15 dólares por hora] extremistas, “extremista” é uma palavra que nada quer dizer”.
Desde as eleições de 2016, que elegeram Donald Trump que o Facebook tem sido alvo de críticas por não tomar medidas suficientes para restringir conteúdo extremista e a desinformação, com a empresa a prometer fazer melhor. A preocupação com a divulgação de mensagens extremistas tem vindo a agravar-se desde a invasão ao Capitólio em janeiro.