O telescópio canadiano CHIME (Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment) entrou em funcionamento em 2018 e permitiu aos investigadores que com ele trabalham criar um catálogo, agora anunciado, de impulsos rápidos de rádio (FRB na sigla em inglês, de fast radio bursts), flashes de ondas de rádio extremamente brilhantes.
Os FRB são um dos grandes quebra-cabeças do universo. Descobertos em 2007, estes sinais duram apenas milissegundos – o que torna particularmente difícil detetá-los – e parecem ocorrer em todo o universo, permanecendo a sua origem um mistério.
Até 2018, só tinham sido registados 140 FRB, mas, agora, o CHIME permitiu perceber que são muitos mais. “Num ano, detetámos 535 FRB”, explica um dos investigadores da equipa responsável pelo catálogo, Mohit Bhardwaj, da Universidade canadiana de McGill, que apresentou a descoberta a semana passada perante a Sociedade Astronómica Americana. “Quase quadruplicámos a quantidade de FRB conhecidos”, congratula-se.
Dos 535 sinais detetados, 18 eram repetidos.
O telescópio varre o céu todos os dias em busca destes impulsos, gerando um total de sete terabits de dados por segundo, o que implica uma análise complexa posterior para encontrar os FRB no meio de toda a informação produzida.
Chegados àquele número de sinais detetados, os astrónomos estimam que haja nada menos do 9 mil FBR visíveis todos os dias.