Auckland, na Nova Zelândia, foi eleita a cidade mais habitável do mundo, segundo uma classificação realizada todos os anos pela revista The Economist e que avalia quais são os locais mundiais com “melhores condições de vida”. Esta cidade veio ocupar o lugar de Viena, Áustria, que liderava a lista desde 2018 e que, agora, nem foi colocada no top 10. Os resultados do ranking têm por base análises a 140 cidades espalhadas por todo o mundo, sendo que o deste ano foi influenciado pela pandemia, que teve um impacto significativo na qualidade de vida global.
Auckland, uma das mais importantes cidades da Nova Zelândia, esteve em em oitavo lugar em 2017 e agora chegou ao pódio por ter sido “capaz de conter a pandemia do coronavírus mais rápido e, assim, levantar as restrições mais cedo, como nenhuma outra”, pode ler-se no comunicado da Economist Intelligence Unit. Por não ter tido necessidade de fechar as escolas, a cidade recebeu a pontuação máxima no parâmetro da educação.
Um controlo apertado das fronteiras foi também razão pela qual seis das dez cidades do top 10 pertencem à Nova Zelândia ou Austrália, já que estes os controlos têm permitido aos habitantes levar vidas relativamente normais. Adelaide, por exemplo, ultrapassou Sydney e Melbourne (as três são cidades de Austrália) e subiu de décimo para terceiro lugar.
Osaka, no Japão, subiu duas posições em relação a 2019 e ficou em segundo lugar. Esta cidade e Tóquio obtiveram classificações altas por terem elevados níveis de estabilidade. As cidades suíças de Zurique e Genebra também mantiveram as suas posições entre as dez primeiras, apesar de ainda haver algumas restrições sociais.
Muitas cidades europeias e canadianas também desceram muitos lugares na classificação porque as várias vagas de Covid-19 fizeram-nas cancelar ou restringir eventos culturais e desportivos e fechar escolas e restaurantes, o que impactou a qualidade de vida dos habitantes
Na Alemanha, as cidades de Frankfurt, Hamburgo e Dusseldorf sofreram as maiores quedas no ranking. Montreal, Vancouver, Calgary e Toronto, no Canadá também caíram vários lugares, o que pode ter a ver com a pressão nos serviços de saúde que as segundas vagas da pandemia provocaram.
Não houve, por outro lado, grandes alterações nas cidades com condições de vida mais baixas. Damasco continua no fim do ranking, assim como Lagos, na Nigéria, Port Moresby, a capital de Papua Nova Guiné, e Dhaka, a capital de Bangladesh.
Sobre as perspetivas de mudanças na qualidade de vida nas cidades, em particular nas cidades mais pobres, o relatório do EIU diz que “as condições nas cidades mais pobres vão continuar a deteriorar-se, caso não recebam as vacinas de que precisam para prevenir a disseminação de novas variantes da Covid-19″, acrescentando que “os fracos sistemas de saúde podem ficar sob maior pressão, como aconteceu na Índia”.
No geral, diz o relatório, o ritmo de recuperação das condições de vida na maioria das regiões será determinado pela eficácia com que a pandemia é controlada, o que acontece com uma combinação de vacinação, testes, rastreamento e medidas de prevenção.
A avaliação das condições de vida nas cidades é realizada por especialistas e tem em conta os seguintes critérios: estabilidade, saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura.