A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês) atualizou a sua avaliação de segurança para o aditivo alimentar E171, considerando que ele pode representar um risco para a saúde. Autorizado na Europa e nos Estados Unidos, o E171 é um corante branco constituído por partículas de dióxido de titânio, utilizado em diversos produtos como chocolate branco, sopas, molhos, saladas e pastas para sanduíches.
“Levando em consideração todos os estudos e dados científicos disponíveis, o painel concluiu que o dióxido de titânio não pode mais ser considerado seguro como um aditivo alimentar. Um elemento crítico para se chegar a esta conclusão é que não podemos excluir preocupações de genotoxicidade após o consumo de partículas de dióxido de titânio. Após a ingestão oral, a absorção das partículas de dióxido de titânio é baixa, porém podem acumular-se no corpo”, afirma, no comunicado da EFSA, Maged Younes, presidente do Painel de Especialistas sobre Aditivos Alimentares e Aromatizantes (FAF).
A genotoxicidade refere-se à capacidade de uma substância química danificar o ADN, o material genético das células. “Como a genotoxicidade pode levar a efeitos cancerígenos, é essencial avaliar o potencial efeito genotóxico de uma substância para concluir sobre a sua segurança”, esclarece o comunicado.
“Embora as evidências para efeitos tóxicos gerais não fossem conclusivas, com base nos novos dados e métodos reforçados não poderíamos descartar uma preocupação com a genotoxicidade e, consequentemente, não pudemos estabelecer um nível seguro para a ingestão diária do aditivo alimentar”, explica Matthew Wright, membro do painel da FAF e presidente do grupo de trabalho da EFSA sobre o E171.
A Comissão Europeia já anunciou que irá propor a proibição deste aditivo alimentar. “Seguindo o novo parecer científico da EFSA sobre o aditivo alimentar E171, vamos propor a proibição do seu uso na UE. As discussões com os Estados-membros começarão este mês. A nossa prioridade é a saúde dos cidadãos e a segurança dos alimentos que comem”, escreveu no Twitter a comissária de Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Stella Kyriakides.
De acordo com o comunicado da EFSA, a avaliação foi realizada seguindo uma metodologia rigorosa e levando em consideração milhares de estudos que se tornaram disponíveis desde a avaliação anterior, em 2016, incluindo novas evidências científicas e dados sobre nanopartículas. “Os nossos especialistas científicos aplicaram pela primeira vez as orientações do Comité Científico da EFSA de 2018 sobre nanotecnologia para a avaliação da segurança de aditivos alimentares. O dióxido de titânio E 171 contém no máximo 50% das partículas na faixa nano (ou seja, menos de 100 nanómetros) às quais os consumidores podem ser expostos.”