Uma nova vacina para a covid-19 está a ser desenvolvida e já entrou em fase de testes em humanos no Brasil, México, Tailândia e Vietname. A NDV-HXP-S, que está a ser desenvolvida pela Universidade do Texas, em conjunto com outras instituições internacionais, é de baixo custo e de fácil produção e pode armazenada a uma temperatura de 2 a 8 graus.
A vacina usa uma proteína da espícula do SARS-CoV-2 modificada, a HexaPro, para treinar o sistema imunitário a reconhecer e combater a infeção pelo coronavírus.
O facto de ser incubada em ovos de galinha, como acontece, por exemplo, com a vacina da gripe, torna a sua produção em larga escala possível.
O objetivo agora é garantir que a NDV-HXP-S é segura e eficaz em humanos, já o tendo provado ser em animais. Testada em hamsters, esta conferiu aos roedores uma poderosa proteção. “Honestamente, posso dizer que é possível proteger todos os hamsters e todos os ratos do mundo contra o SARS-CoV-2″, diz Peter Palese, que lidera estes ensaios, ao New York Times.
Se for comprovada como sendo eficaz também em humanos, tem potencial para acelerar o processo de imunização, uma vez que poderá ser feita pelos fabricantes da vacina da gripe, que já produzem, por ano, mil milhões de vacinas. No próximo mês de julho será concluída a fase de ensaios clínicos, mas, no entanto, os testes finais irão ainda demorar mais alguns meses.
Até agora, os países mais pobres apenas recebem uma pequena fração de vacinas, quando comparados com as restantes potências mundiais e aqui esta vacina low-cost pode ter um papel fundamental. “Isto [a NDV-HXP-S] é impressionante e representa um virar de jogo”, diz Andrea Tayler, diretora assistente do Duke Global Health Innovation Center, ao New York Times. Como tem um baixo custo de produção poderá permitir que países mais pobres possam adquirir a vacina, que terá assim um custo menor quando comparada às atuais ou mesmo permitir a esses países produzi-las.
Para permitir que estes países consigam fabricar as próprias vacinas, a Universidade do Texas estabeleceu um acordo de licenciamento da HexaPro, que permite aos laboratórios de 80 países de baixo a médio rendimento usarem a proteína sem pagar royalties. Esta medida solucionará também um dos problemas das atuais vacinas que tem levado a atrasos na produção – as patentes estão na posse dos laboratórios que as desenvolvem, impedindo que se faça uma produção mais massificada.
Numa fábrica no Vietname que produzia vacinas para a gripe estão já a ser fabricadas milhares de doses, de forma experimental, desta nova vacina.